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1000 dias sem educação para as mulheres do talibã

    



 Em agosto de 2021, os talibãs tomaram conta do país com a saída dos Estados Unidos, e desde então as mulheres perderam os poucos direitos que obtiveram, esta semana completam-se mil dias que as meninas tiveram que interromper seus estudos.

  O Afeganistão é um dos países que segue, em sua maioria, o Talibã, que é um movimento fundamentalista e nacionalista islâmico que surge a partir de 1994, e é uma vertente do islamismo extremo, sendo assim, é um país que não se molda conforme a sociedade se atualiza, e a minoria sente fortemente esse impacto. Logo após o ataque de 11 de setembro, os Estados Unidos invadiram o Afeganistão, o Iraque e o Paquistão na intenção de derrubar o Talibã, e permaneceram até 2020, sendo quase 20 anos de regras flexibilizadas e as pessoas que até então eram excluídas, tiveram chance de se expressar melhor.

  As meninas e as mulheres afegãs, sempre foram excluídas da sociedade que é comandada por homens, não há mulheres líderes na administração do Talibã e os dados da ONU Mulheres mostram que apenas 1% das mulheres sentem que têm influência em suas comunidades. São mulheres que levam uma vida totalmente reclusas do mundo, sem poder sobre suas próprias vidas, o que acarreta em um aumento de casos de depressão.

   O isolamento social leva mulheres e meninas ao desespero. Pela falta de perspectiva do futuro, muitas perdem a vontade de viver em um país em que se quer tem voz. Um estudo revelou que 8% dos entrevistados em uma pesquisa indicam conhecer pelo menos uma mulher ou menina que tentou suicídio desde agosto de 2021, quando todo o exercito estadounidense terminou de sair do Afeganistão.

  Em 2008, quando o talibã chegou a cidade Mingora no Paquistão, querendo tirar as meninas das escolas, chegaram a escola de Malala Yousafzai, que se manifestou publicamente contra esta saída, em 2012, voltando da escola, Malala tomou um tiro do lado esquerdo da cabeça, um representante do talibã disse que isso ocorreu por ela ser “um símbolo dos infiéis e obscenidade, uma ameaça contra o islã”.

  Malala, ao contrário das meninas de seu país, conta com o apoio de seus pais para tudo, e principalmente de seu pai para o estudo, como professor, ele sempre a levou para escola e sempre a incentivou a lutar por seus direitos. Hoje em dia ela é a maior ativista pelos direitos das mulheres e meninas do sul da Ásia e Ásia central. Malala é a pessoa mais nova a ganhar um prêmio nobel da paz pela ONU, ato de extrema importância para as pessoas de seu país.

  Porém desde que os talibãs assumiram o controle de vários países, houve uma perseguição e proibição de mulheres de diversas coisas, não podem dirigir, não podem praticar esportes, não podem trabalhar, não podem sair de casa sem um “tutor” do sexo masculino e principalmente não pode frequentar escolas, sem acesso a educação, as meninas se vem, sem esperança de sair dali. Essa situação é desumana e não condiz com o século em que estamos, é inviável que mulheres não possam ter o direito mais básico do ser humano, e o dever, que é educação. 


  “Uma criança, um professor, um livro e uma caneta, podem mudar o mundo. Educação é a única solução. Educação em primeiro lugar” - Malala, 2013





REFERÊNCIAS


“Afeganistão Inicia Terceiro Ano Letivo Consecutivo Sem Mulheres No Ensino Médio.”. Accessed 18 June 2024.


“Como Estão Os Direitos Das Mulheres No Afeganistão Um Ano Após Volta Do Talibã.” G1, 15 Aug. 2022.


Espinosa, Ángeles. “A Ideologia Do Talibã: Uma Mistura de Fundamentalismo Islâmico E Costumes Pashtuns.” El País Brasil, 7 Sept. 2021


“Malala Yousafzai E a Educação - Foco Cidade.” Fococidade.com.br, 30 Apr. 2024. Accessed 18 June 2024.

 


“Talibã Impede Meninas Adolescentes de Estudar; Afegãs Voltaram Às Aulas Mas Foram Mandadas Para Casa.” G1, 23 Mar. 2022, Accessed 18 June 2024.


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